Numa noite de céu limpo, ao observarmos as estrelas a olho nu, elas nos parecem muito semelhantes umas às outras - a diferença que vamos perceber é que umas são mais brilhantes que outras. Mas ao olhar mais cuidadosamente, veremos que as estrelas possuem cores diferentes:, elas parecerão vermelhas, azuis e até brancas. As estrelas azuis, tipo O e B, estão localizadas na região do Diagrama Cor-Magnitude que indica maior luminosidade e mais alta temperatura. Portanto, elas são quentes e brilhantes.
Ao observar uma grande quantidade de estrelas, podemos encontrar algumas estrelas gigantes azuis, com temperaturas superiores a 10.000 K, podendo atingir 30.000 K, muito massivas. Podemos citar a estrela R136a1, localizada na nebulosa da Tarântula, que tem 265 vezes a massa do Sol e um diâmetro de 15 vezes maior que o solar. Por serem objetos mais massivos do que a maioria das estrelas, significa que eles possuem maior reserva de energia, e além disso, sua luminosidade é muito maior do que a luminosidade das estrelas de baixa massa. Logo, elas gastam sua energia mais rapidamente do que outros tipos de estrelas e acabam tendo o seu tempo de vida bastante reduzido, menos de 40 milhões de anos. Em consequência disso, as estrelas azuis são mais frequentemente observadas próximas às regiões de formação estelar. E na maioria das vezes, encontrar estas estrelas significa ter encontrado um berçário estelar.
Nas grandes nuvens moleculares em que são formadas as estrelas, podem ser observadas estrelas das mais variadas massas. Porém, a quantidade de estrelas de baixa massa é bastante superior ao número de estrelas de alta massa. Existe uma função matemática que representa a distribuição de massas estelares na sua região de formação. Esta função é conhecida como função de distribuição de massa de Salpeter. Dessa função, é possível afirmar que para cada 300 estrelas de 1 massa solar, existe somente uma com 10 massas solares. Temos então uma escassez de estrelas azuis, pois além de viverem por pouco tempo, elas ocorrem com baixa frequência. Ainda assim, vemos muitas delas no céu noturno, porque as que existem são muito luminosas.
Vale ressaltar, que, assim como a maioria das estrelas, as estrelas azuis também evoluirão para gigantes vermelhas. No início de suas vidas, no entanto, estas terão passado algum tempo como gigantes azuis e supergigantes. À medida que uma estrela azul queima hidrogênio, ela entra em um estado de transição como uma gigante azul de maior luminosidade. Enquanto evolui nesta fase, a sua temperatura central aumenta de tal forma até que ocorra a fusão do hélio em elementos mais pesados, como carbono e oxigênio. A partir daí, a estrela entra em uma fase ainda mais brilhante e torna-se uma supergigante azul, passando a ter uma altíssima luminosidade. Por exemplo, a supergigante azul Rigel emite 60.000 vezes mais energia que o sol.
Denominamos estrela 'gigante' aquela que é mais luminosa do que uma estrela da Sequência Principal. Porém temos diferentes tipos de gigantes. Por exemplo, Rigel que é uma supergigante azul na constelação de Órion, tem apenas 79 vezes o diâmetro do Sol, enquanto que Betelgeuse, localizada na mesma constelação, tem 550 diâmetros solares.
Estrelas da constelação de Órion.
Retirada de: https://skyandtelescope.org/observing/this-weeks-sky-at-a-glance-february-7-15/.
Edwin Ernest Salpeter (1925-2008) foi um astrônomo austro-australiano-americano