aglomerados estelares

BLOCOS CONSTITUINTES DAS GALÁXIAS

Na nossa Galáxia, as estrelas raramente nascem sozinhas. Normalmente surgem simultaneamente, próximas umas das outras, formando aquilo que conhecemos como aglomerados estelares. A sua importância é tanta que são considerados os blocos fundamentais de construção das galáxias.

Aglomerados estelares são grupos de estrelas ligadas gravitacionalmente que se formam a partir da mesma nuvem molecular. Por terem sido originadas de uma mesma nuvem, as estrelas de um aglomerado possuem a mesma composição química e a mesma distância do observador, permitindo que o comportamento conjunto dessas estrelas possa ser estudado com base em suas propriedades físicas e localização na Via Láctea. Estes objetos são fundamentais para várias áreas da astronomia, pois, como apresentam uma mesma origem, suas diferentes propriedades podem ser analisadas a partir da variação de suas massas.

Pequena Nuvem de Magalhães | Fonte: ESA/Hubble images.

Os aglomerados desempenham um papel crucial na determinação da escala de distâncias do universo. Alguns estão próximos o suficiente para que suas distâncias possam ser medidas por meio da paralaxe, que é a diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo (tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento). Com essas medidas, é possível traçar um diagrama de Hertzsprung-Russell (H-R) para esses aglomerados, com valores absolutos conhecidos para o eixo da magnitude absoluta ou luminosidade. Quando um diagrama semelhante é traçado para um aglomerado cuja distância é desconhecida, a posição da Sequência Principal pode ser comparada com a do aglomerado conhecido, permitindo a estimativa da distância. Esse processo é conhecido como coincidência de Sequência Principal.

O estudo dos aglomerados estelares é especialmente importante para o entendimento da evolução estelar. Em suas pesquisas, o astrofísico Carlos Maximiliano Dutra deixou importantes contribuições, tendo realizado o estudo espectroscópico de candidatos a aglomerados globulares, um censo dos aglomerados da Pequena Nuvem de Magalhães, além da descoberta e estudo de dezenas de aglomerados imersos e abertos.

Carlos Maximiliano Dutra

UNIPAMPA

Possui graduação em Física (1994), mestrado em Física (1997) e doutorado em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Realizou pós-doutorado em Astronomia no Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (2001 a 2003). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Pampa, onde ministra disciplinas na área de Matemática, Estatística e Astronomia. É professor orientador do Programa de Pós-Graduação de Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde onde desenvolve pesquisa e orientações na área de Ensino de Astronomia, Ensino de Física, Educação Ambiental e Contextualização do Ensino de Ciências em Educação Matemática.